NÃO SOU GAY - CAP. 9

      E eu achando que nunca mais iria ouvir falar do meu professor de história. Aparentemente ele voltou para a escola não muito tempo depois de tentar abusar de mim. Talvez ao perceber que eu não dei queixa, nem Marcus, ele se sentiu livre para cometer outras maldades. E assim ele fez.

Eu estava conversando com Teylon no intervalo, sobre resultado do teste do teatro que sairia na segunda-feira, estávamos em uma sexta-feira ensolarada e muito quente.

“Eu tenho quase certeza que você conseguiu o papel, pelo amor de Brad Pitt, você estava magnifico naquele palco” ia me dizendo Teylon, eu dei um sorriso tímido. Não estava me achando o cara, mas ser elogiado me deixava com o ego reconfortado.

Foi nesse momento que uma garota, uma aluna, retirou-se correndo de uma sala fechada para todos. A veste dela estava toda rasgada, e literalmente, coberta de sangue, uma grande quantidade estava entre suas pernas. Só poderia significar em uma coisa que fez os cabelos da minha nuca arrepiar, minha mente girou e olhei para a sala, deixando o olhar da garota que corria com a mão no rosto e chorando lágrimas de sangue.

“Meu Deus, ele a estuprou!”, gritaram várias vozes em uníssono. Da pequena sala negra e fechada o professor de história saia de fininho.

Minhas pernas ficaram moles e Teylon fez a gentileza de me segurar pela cintura. Eu juro por Buda, quando o professor passou correndo do nosso lado, rumo a saída de emergência, senti uma energia negra. Tive que fechar os olhos para não encará-lo de perto, ele era um monstro.

“Peguem esse filho de uma cabra!” uniram-se os alunos mais velhos e experientes para entender, como eu, o que tinha acontecido. Todos começaram a correr atrás do professor, contudo o choque os fez ficar parados por tempo demais e o professor conseguiu fugir antes que qualquer um pudesse prendê-lo.

Desgraçado!

Naquele dia, diferentemente de quando aconteceu comigo, o abuso virou notícia, e viralizou na internet. Era o único assunto no Facebook e as mensagens do Whatsapp não paravam. A coisa ficou tão séria que as funcionárias da escola, professores, diretora, coordenadoras, cozinheira, faxineira, zeladora, seguranças, secretárias, bibliotecárias e estagiárias, etc. não deram conta de segurar os alunos nas salas, e em conta porque uma boa parte delas estavam atrás da aluna e do dito professor.

Por fim ficou decidido que os alunos deveriam ligar para seus pais e irem para casa, nenhum aluno poderia sair sem os pais, é claro, com o louco do professor solto. Em alguns minutos polícia e conselho tutelar estavam na cena, conversando com os alunos. Antes de mandar a aluna para ao hospital, ela teve uma rápida conversa com a polícia e psicóloga escolar. Tudo em tempo real no Facebook.

“Eu sabia que ele iria fazer isso”, murmurou alguém enquanto passava pelo corredor, indo para a secretaria chamar meus pais.

“Se querem saber, eu fiquei sabendo, em primeira mão, é claro, que ele já havia abusado de cinquenta alunos, até meninos!” fofocou uma menina que não poderia estar dizendo a verdade, pelo menos na parte dos números, já em relação a meninos...

“Ele é um depravado, mas vai, até que é gato, eu na sala com ele!” sonhou outra aluna, do último ano.

Por fim ouvi muitas coisas do professor, até conseguir chamar meus pais. A secretaria estava um horror, parecendo hospital pós-guerra.

“Filho, eu estou no trabalho e sua mãe também, então não vamos poder ir buscá-lo agora, mas vou ligar para sua avó, em alguns minutos ela vai te buscar. Está tudo bem contigo?” indagou meu pai, do outro lado ele não parecia tão preocupado assim.

“Estou pai. Só quero ir para casa” suspirei e me despedi.

Fiquei na área externa do colégio, esperando o carro de minha vó chegar. Era um fusca velho e barulhento, não tinha como não ouvir. Enquanto esperava Thales veio correndo até onde eu estava.

O colégio estava tão bagunçado que ele não se incomodou em segurar minhas mãos e beijar meus lábios com suavidade. Segurei o beijo o máximo que pude, explorando a boca dele, com minha língua.

“Temos algumas horas, amor” disse ele, entre o beijo, seu sorriso roçava meus lábios.

“Estou indo para casa. Quero que vá comigo” disse arfando, eu precisava namorar com Thales naquele momento. Seus lábios suaves e quentes me despertavam desejo intenso e insaciável. Eu literalmente precisava dele.

“E seus pais?”

“Tão trabalhando, minha avó vai me buscar me deixar em casa, depois somos só eu e você”, disse rindo com malicia, poderia sentir nos olhos do meu pretinho dotado que ele iria comigo para qualquer lugar.

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