COLÉGIO EXODUS

[...] Depois de se despedir de Suho, que disse estar indo para a biblioteca adiantar seu trabalho de cinquenta páginas, Kyungsoo pegou o mapa e foi em direção ao dormitório, passando pelo campo de futebol, sentia a grama afundando sob seus tênis pretos. Assim que transpassou as portas duplas de madeira do Dormitório Mama, Kyungsoo viu os engomadinhos futuros senadores escorrendo pelos corredores, no requintado silêncio que o dinheiro parecia passar acima de tudo. Cada um com grossos exemplares debaixo dos braços. Engraçado que não paguem alguém pra levar o material por eles.
Em silêncio, Kyungsoo serpenteou pelo frio e úmido corredor do dormitório em direção ao seu quarto. Pelos números nas portas, o seu ficava no final. As paredes eram da cor pastel claro, o piso quadrilhado. As lâmpadas florescentes zumbiam acima de sua cabeça.
Além dos engomadinhos saindo de seus quartos e indo para a biblioteca, provavelmente, não havia mais movimento. Do estava surpreso em ver tantas portas fechadas. Um silêncio perturbador.
No meio do percurso, Kyungsoo ficou acuado onde estava. Uma risada ecoou pelos corredores, sem que o garoto soubesse se a risada havia chegado até ele ou só existia em sua mente. Um galho arranhou a janela ao seu lado.
Percebeu que estava apavorado - o corpo avisara antes de sua mente. Nunca sentia tanto medo, nem quando sentiu que a moto saía do seu controle na pista... Levantou uma perna, para sair dali, e quase caiu. Percebeu que "medo" era uma palavra muito branca. Nem "terror" era capaz de expressar o que sentia. Os olhos vermelhos do caçador fixos em sua nuca.
Kyungsoo sentiu um encontrão em seu ombro, imediatamente, ele sabia que iria cair. Ele tentou apalpar a sua esquerda por apoio na parede, mas tudo que suas mãos encontraram foi um vazio, como se não houvesse mais nada sólido ali. Ele pousou com uma pancada no chão do dormitório. Seus maxilares trincaram com a língua entre eles - uma dor aguda! -, um gosto nauseante de vermelho vivo.
- Deveria olhar por onde anda - Kyungsoo ouviu uma voz de homem dizer acima dele.
Sem qualquer movimento para se levantar, ele olhou para trás. O que viu o fez esquecer da dor ou raiva. Ele vestia uma jaqueta preta aberta, exibindo uma camiseta sem detalhes por baixo. As maças do rosto salientes, a forma suave de seus lábios rosados, o cabelo era tingido de um intenso vermelho, embora as raízes fossem tão pretas quanto a noite. As orelhas, de abano, eram o que mais se destacavam. E como aquele rapaz era alto, um poste teria perdido feio para aquele Dumbo nas alturas. Seus braços estavam machucados, com sangue seco perto do cotovelo.
Kyungsoo viu uma rápida imagem dele se jogando no pescoço daquele rapaz. Ele sacudiu a cabeça, mas a visão insistia em tentá-lo a ir para a prisão de vez.
O rapaz cruzou suavemente o braço sobre o peito, sem demostrar intenções de ajudá-lo a se levantar.
- Qual é a sua? - Do Kyungsoo perguntou. Ele olhava para o cara como se tivesse descoberto um interessante besouro.
- Você parece uma bichinha falando: "Qual é a sua?" - o cara imitou em falsete. - Não é da sua conta. Só ouvi dizer que você é uma bicha louca, só isso. Aposto que você gosta de fazer chupeta.
- Sério? E ouvi dizer que você é um cretino burro e desengonçado.
O cara ficou sem reação, como se tivesse levado um tapa nas orelhas de abano. Kyungsoo esperou que ele viesse para cima dele, contava com isso, estava em vantagem. Iria segurar naquelas enormes pernas e fazer o outro pedir penico. Em vez de cair dentro, o filho da puta continuo seguindo o seu caminho. Tomara que para os quintos dos infernos. [...]


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